TIC-TAC

"As boas recordações duram muito tempo, porém as más duram muito mais."

Tentei pensar que continuavas o mesmo de sempre, quer dizer de sempre não, de outros tempos simplesmente, mas até já o eco de quando sussurro o teu nome me soa a desconhecido, e mando perguntas para o ar, batem no tecto do meu solitário quarto, reflectem-se mas não regressam transformadas em respostas, parece que as perguntas e as dúvidas se multiplicam, parece que fico confusa, nem sei... que te diga! DESILUSÃO, adequa-se? Sabes, ver ocupado o meu lugar, se é que existiu, deixa-me indignada!
Talvez tenha sido uma ilusão, protagonizada por ti, e eu a menina enganada! Agora é outra, e depois outra será!
Acho que estas coisas acontecem na vida, mas não deixa de doer, por serem tantas as vezes, parece que a última é sempre a pior, é a que se encontra presente no cantinho das emoções imediatas aquilo a que chamamos cérebro, que no nosso caso (mulheres) a sua localização encontra-se bem definida, já no vosso é algo que nem investigadores nem médicos nem psicólogos nem aquelas tretas todas, conseguem explicar!
Pensei, RE-pensei até, onde te deixei? Onde te perdeste? Não me lembro de onde ficaste, e está tudo turvo, está a escurecer, mais uma noite e não há amanhecer que te encontre, tu vais ficar no passado, e eu quase no futuro, olha pró relógio, atrasa-o umas horas, quiçá uns dias, ou até uns meses!
Talvez me encontres lá, entre memórias! Memórias acabam por se esquecer! Outras memórias (não que sejam mais importantes) ocupam esse lugar, que é tão reduzido! E tu eras tão grande, parece que nem nas memórias cabes! E calo-me, sim calo-me e não te digo porque sei que não vais ouvir!
E sai do coração, desse pedaço que cria e destrói sentimentos! TIC-TAC-TIC-TAC!