12.30.2009

ao homem que nunca foste

Hoje despeço-me do que nunca foste, sim repito, do que nunca foste. Aquele que sempre eu vi e que só existia para mim, e sim penso que só existias para mim, eras imortal e rei de nós, de mim! Mas sabes às vezes gostava de poder dizer-te todas as coisas que andam aqui entaladas e sufocam, mas está difícil, nem sempre sou dotada de coragem e às vezes tu também não, e umas vezes parece que fugimos de nós, outras que não há nada para dizer e daí o silêncio, o terrível silêncio que nos assola sempre e sempre ele, porquê não poderia ser substituído por amor, sempre e sempre amor? Não seria certamente o que esperamos, eu espero de ti sempre e sempre o melhor, e tu? Conseguirias esperar-me? Desejar-me? Como no tempo das paixões? No nosso tempo? E vejo-te gritar um NÃO grave, mas eu não consigo ouvir-te, não te quero ouvir, só quero ver o movimento dos teus lábios, quando deles sair o beijo que os meus lábios querem, e espero e desespero enquanto beijas outra e dizes que a amas antes de a foder, e quem sabe se não amas mesmo? Gostaria de ser eu a responder-te a essa pergunta, e lamentaria todos os teus actos através da cobardia e pegaria em nós, no nós que éramos e prenderia-nos com amor eterno, e nunca mais te deixaria ir embora, e antes de te magoar com palavras secas e duras, de te mandar embora e manter-te/me confuso(a) saberia gritar-te que te amo, em tom suave e tu saberias que aqui é o teu lugar, e eu esperaria de ti nada, sempre nada, e teria tudo, TU!
E enquanto apagas o último cigarro e prometes ser mesmo o último por causa dela eu acendo outro e desconheço-te, e sinto-me feliz por hoje já não seres o homem que amei e amo, até eu já não sei o que amo.
Ao homem que foste, H!

2 comentários:

Mariana disse...

fantastico, grande coragem em todas as palavras*:)

qu1cksand disse...

Gostei mesmo muito. *.*