11.16.2009

Deus[a]

Vem sentar-te comigo, na Lua.
E descompassadamente fitemos a distância
Entre os nossos lábios
Que na vida tudo passa, e ainda não nos beijamos,
Beijemo-nos então!

Silenciosamente fazes deslizar a tua mão!
Entrelaçando-a na minha, Como crianças.
E é como se te visse, num rosto frágil
Numa sabedoria ingénua,
Tão tua, tão minha.

Mas desentrelacemos as mãos,
Não há nem ódio nem amor,
Agora, crianças adultas,
Amemo-nos tranquilamente,
Numa sabedoria rara.

Agora, sei que se quiséssemos,
Haveria beijos e abraços e amaços.
Mas sempre fomos mais que amor,
Sempre quisemos mais que amor,
Sempre quisemos tudo, menos amor.

Agora, a sombra da tua ausência faz-me
Lembrar de ti - ali sentado comigo, na Lua
Sem dor nem calor,
Dor porque me curei,
Calor porque me apaguei.

Hoje nada me faz sofrer, ao lembrar-me de ti,
Já não consigo lembrar-te de mim,
Já não consigo, ter-te prá sempre,
Já não há um sempre,
Nunca houve, nunca foste meu, nunca fui tua.

Fomos sempre crianças vivendo sonhos,
Sonhos de adultos!

3 comentários:

qu1cksand disse...

Tenho um texto com ideias semelhante. Gostei mesmo, até o li duas vezes xD

qu1cksand disse...

semelhantes*

luis nuno barbosa disse...

simplesmente mágico =)

adorei o blog!