10.28.2008
Até sempre!
E no fim do dia, sentada num céu de dúvidas e angústias, a madrugada fria só me traz melancolia, traz-me o teu beijo, e o teu perfume também! Para eu recordar, sentir, reviver, (…) o vento sopra e traz-me pedaços daquilo que foi, daquilo que (já) não é, mas daquilo que ainda se gosta! Nós poderíamos ter sido tudo, mas o tudo transformou-se em algo tão forte e tão vazio, que deixei de saber o seu verdadeiro valor! Eu só queria ter vivido a paixão, o calor, a ternura, até ao fim! Quando tudo estivesse gasto e já nada mais houvesse para dar, mas eu ainda guardo tanto, ainda existe tanto dentro de mim, e ainda existe um vazio grande, em ti, pronto a receber, mas as palavras já não fazem sentido, o meu corpo no teu já não faz sentido, o meu perfume já não oscila com o bailado do teu, o meu beijo (já não) pede o teu! Mas o beijo pede apenas o que o coração deseja! Os meus olhos já não encontram os teus, já não há nada demasiado forte que me faça ficar e lutar, o sempre tornou-se, hoje, num “até sempre”, todas as promessas e todos os juramentos, desvaneceram, o teu olhar está noutra direcção e nada do que eu faça o faz girar e olhar para mim! E todo o calor que houvesse, agora não basta, não chega, não me enlouquece,! Como já foste tanto, mas agora vejo que todos os sorrisos que me deste foram uma mera expressão do gesto, mas não fora sentido e vivido, se ao menos tivesses sentido como eu senti, agora estaríamos contando estrelas de mãos dadas, e fazendo juras de amor eternas, poderia pedir uma “outra vez”, poderia pedir tanto, se tu tivesses tanto para me dar, vejo que apenas te acomodaste à minha presença, que te faço falta mas faz tudo parte, um mundo que não compreendo, que não é meu! Já nada me faz voltar atrás e (re)pensar se a luta seria a droga para a nossa cura! Estou em meu caminho, e mesmo que voltasse a tentar, iria voltar a fraquejar, e voltaria a tentar, e voltaria a fraquejar, como um ciclo vicioso, e se o pior fraquejo é deixar de lutar, que eu seja a mais fracassada do mundo! Porque tu foste sempre o meu ponto fraco,! Mas (já) não choro, pois agora que chegou o fim, eu já não tenho mais lágrimas a derramar, já se perderam todas pelo caminho! Vinte e quatro de Outubro de dois mil e oito. Não foi uma escolha, foi uma decisão, enquanto que houve sempre dois caminhos possíveis, agora há só um, e nele só há lugar para uma pessoa, nossas mãos perderam o toque no principio do nosso fim! Eu sempre pensei que houvesse um nós, mas tu mostravas-me constantemente que eu e tu, éramos apenas um mais um, e agora que estou tão perto de sorrir para ti com orgulho sinto-me fraca, sei que te deixo e que me despeço descompassadamente e que meu coração me acompanha nesta triste despedida, uma loucura de sentimentos atravessam-no como setas afiadas, está a doer, sinto-me fraca mais uma vez, estou a desaparecer, minhas mãos estão a desvanecer, e com elas as palavras desvanecer-se-ão também, e de mim, apenas terás um silêncio, pequeno e subtil como o amor que sempre me deste, amor, sim amor, um amor que veio com o tempo, que te possuiu, e tu nem deste conta, não é um amor como o meu, esse é grandioso, mas agora que vou, (fui), esquece-me sim, que eu quero ver-te tentar sem conseguir! E aí chama por mim, eu vou escutar, mas não vou retribuir! Foi um final de algo que poderia ter sido tanto, mas o tanto é tão pouco, tornou-se nada, já não tenho mais nada que me faça suplicar um amor, um carinho, um gesto! Olha-me, vê o que era teu, mas (já) não é, perdeste-me, e o réu és tu! Adeus. Estou em meu caminho. Adeus. Até sempre!
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